Autor: Ray Bradbury
Número: de páginas: 215
Editora: Biblioteca Azul
Ano: 1953
Em um futuro não tão
distante, os livros são considerados uma ameaça ao sistema e estão
permanentemente proibidos. Os bombeiros, ao contrário do que vemos hoje, são os
responsáveis por exterminá-los, ateando fogo nas obras.
A sociedade se tornou vazia, superficial e sem conteúdo. Para aumentar a alienação
das pessoas, suas casas possuem telas que ocupam as paredes dos cômodos e
exibem um programa chamado “Família”, a qual você pode dialogar com os personagens.
É assim que vamos começar
a falar sobre a história vivida por Guy Montag, um bombeiro que tem uma vida
pacata com sua esposa Mildred, a qual passa o dia inteiro interagindo com seus
“parentes televisivos”.
Em um dia qualquer,
voltando do trabalho, Montag encontra Clarisse McClellan, sua vizinha, uma
garota de ímpeto, cheia de luz, questionamentos e reflexões, e
por isso é considerada pelas pessoas ao seu redor, uma garota estranha e anormal.
Os encontros casuais com
a jovem começam a fazer Montag se questionar sobre o porquê de as pessoas
continuarem a infringir a lei apenas pelo prazer da leitura. Podemos dizer que Clarisse é o óleo das engrenagens do cérebro de Montag. Na sua família ser um bombeiro é um cargo ocupado pelos seus parentes através das gerações e desde sempre Montag acreditou que
livros são pragas que devem ser exterminadas.
Fatos durante o livro,
entre eles o sumiço da jovem Clarisse e a morte de uma senhora, que prefere morrer queimada junto com seus livros do que abandona-los, instiga a curiosidade de Montag, o
fazendo buscar aliados na luta contra essa sistema totalitário.
O livro é dividido em
três partes, narrado em 3ª pessoa e de maneira linear. Sem sombra de dúvidas Fahrenheit 451 se tornou um dos meus livros favoritos e uma das melhores distopias que já ouvi falar. Com personagens interessantes e alguns até muito verossímeis, a obra discorre sobre toda essa sociedade não pensante, e se pararmos para refletir, isso é um reflexo do que vemos hoje em dia.
Na obra, eles moldam as crianças desde pequenas para que quando elas cresçam não haja a possibilidade de ter um senso crítico, de questionar o porquê das coisas. Se refletirmos um pouco mais aqui vemos que é basicamente o que o governo gostaria que nos tornássemos. E quando Montag rouba o livro da biblioteca da senhora, é o primeiro ato de rebelião dele contra o sistema.
“Você precisa entender que nossa civilização é tão vasta que não podemos permitir que nossas minorias sejam transtornadas e agitadas.”
O livro não tem um enredo complexo, é uma leitura simples, porém, profunda. Possui uma qualidade extraordinária e deve ser indicado para toda e qualquer pessoa. Mesmo sendo publicado após a Segunda Guerra Mundial, Ray Bradbury, conseguiu imaginar coisas que refletem hoje no nosso presente.
Fahrenheit 451 é um
clássico das distopias, numa época muito antes de Jogos Vorazes e Divergente.
A realidade de um mundo
sem livros deixou as pessoas tão vazios, sem um senso
crítico, sem ideias, sem assuntos para uma conversa, e é basicamente o que vemos hoje com o avanço da tecnologia.
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